Semeadura de nuvens: Marrocos opta por dessalinização, Emirados Árabes celebra sucesso
Marrocos considera abandonar semeadura de nuvens por dessalinização, enquanto Emirados Árabes Unidos comemoram sucesso no projeto de 'cultivo' de nuvens. Efetividade e custo da técnica geram debate global sobre sua viabilidade econômica.
Recentemente, surgiu a notícia de que o Marrocos estava considerando desistir de seu programa de semeadura de nuvens e adotar centrais de dessalinização. Enquanto essa mudança parece ser uma tendência, os Emirados Árabes Unidos estão seguindo na direção oposta e comemorando o sucesso de seu projeto de "cultivo" de nuvens. Ao contrário do que o termo pode sugerir, a semeadura de nuvens não envolve criar nuvens do zero ou de forma artificial. Trata-se de uma metodologia que busca aumentar a capacidade de uma nuvem de produzir chuva ou neve. O processo utiliza catalisadores, como cristais de sal, para fazer com que as gotas de água presentes na nuvem se unam em gotas de chuva maiores e mais pesadas, resultando na precipitação. É importante ressaltar que a semeadura de nuvens não pode ser feita em qualquer situação. É necessário observar nuvens com a quantidade certa de umidade passando sobre a região e, então, enviar aviões para realizar a intervenção química. Embora a técnica possa parecer simples, sua eficácia e viabilidade econômica são pontos de debate. A questão sobre a eficácia da semeadura de nuvens é complexa. Se a pergunta for se a técnica é capaz de fazer com que a umidade das nuvens se transforme em chuva, a resposta é sim, desde que as condições estejam favoráveis. No entanto, se considerarmos a relação custo-benefício, a resposta não é tão clara. A implementação da semeadura de nuvens é trabalhosa, cara e requer um alto nível de expertise técnica, além de apresentar resultados relativamente modestos. Por conta disso, países como o Marrocos têm abandonado projetos de semeadura de nuvens devido ao baixo retorno em relação ao investimento feito. No entanto, há exceções, como a China, que planeja cobrir uma grande extensão de seu território com programas desse tipo nos próximos anos. Enquanto isso, nos Emirados Árabes Unidos, a divisão de semeadura de nuvens do Centro Nacional de Meteorologia obteve sucesso com seus voos de "cultivo" entre os dias 11 e 12 de fevereiro. O protocolo adotado pelos Emirados Árabes Unidos é simples: quando as nuvens adequadas são identificadas pelos radares, aviões são enviados para realizar a intervenção com cristais de sal misturados com outros compostos. É interessante observar que a pesquisa dos Emirados Árabes Unidos está contribuindo para o avanço do conhecimento nessa área. Por exemplo, descobriu-se que a semeadura de nuvens é particularmente eficaz em nuvens convectivas. Esses estudos ajudam a aprimorar as metodologias utilizadas e a compreensão sobre o funcionamento desse processo. Em suma, embora a semeadura de nuvens seja uma técnica promissora para aumentar a precipitação em regiões secas, sua eficácia e viabilidade econômica continuam sendo temas de debate e pesquisa. Países ao redor do mundo estão explorando essa abordagem como uma alternativa para lidar com a escassez de água, mas é crucial avaliar cuidadosamente os custos e benefícios envolvidos em tais projetos.
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