Os Desafios Demográficos do Século 21: Projeções e Tendências Populacionais
Projeções indicam crescimento populacional até 2080, com maior número de habitantes em 2040, seguido de declínio. Mudanças sociais e econômicas impactam nas taxas de fecundidade e na estrutura familiar.
Em 15 de novembro de 2022, a ONU escolheu celebrar a existência de aproximadamente 8 bilhões de pessoas vivas no mundo, embora esses números sejam estimativas. Essas estimativas apontam que até 2030 poderemos chegar a cerca de 8,5 bilhões, 9,7 bilhões em 2050 e incríveis 10,4 bilhões na década de 2080. A projeção é que, caso as circunstâncias atuais se mantenham, esses números sejam alcançados antes que a população comece a diminuir. No entanto, o ano de 2023 ficou marcado como um momento histórico, sendo o primeiro ano em que a humanidade não atingiu a taxa de fecundidade necessária para a reposição populacional. O economista Jesús Fernández-Villaverde explana sobre a importância da taxa de substituição, que é de 2,1 em economias avançadas com alta expectativa de vida. Em outras regiões do mundo, essa taxa pode variar, como na China, onde chega a 2,19, ou em áreas com alta mortalidade feminina, onde pode chegar a 2,6. Considerando essas variáveis, Fernández-Villaverde acredita que a taxa de substituição da humanidade gira em torno de 2,2. No entanto, dados publicados na revista francesa Population & Sociétés indicam que cerca de 63% da população mundial vive em regiões onde a fecundidade é inferior à taxa de reposição geracional. Em 2000, esse índice era de 45%, mostrando uma tendência de queda. A taxa de reposição, entretanto, não reflete diretamente na população mundial, sendo apenas um indicativo do número de crianças que se agregam à população. No momento, com base nos dados de Fernández-Villaverde, nascem 16 crianças para cada 1.000 habitantes, enquanto apenas 7,5 pessoas morrem para esse mesmo número. Enquanto a geração do baby boom persistir, a população continuará a crescer, sendo uma questão matemática. A taxa anual de crescimento populacional tem aumentado desde 1950, e especialistas como o demógrafo norueguês Jørgen Randers afirmam que as projeções da ONU podem ser tendenciosas, apontando que a população mundial poderá atingir seu pico em 2040, com 8 bilhões de habitantes, antes de começar a declinar. O ritmo acelerado de mudanças nesses cenários populacionais é notável e desafia previsões convencionais. A evolução cultural, juntamente com fatores como urbanização, mudanças no mercado de trabalho e demandas familiares, estão influenciando fortemente as decisões reprodutivas das pessoas. O livro 'Empty Planet', lançado em 2019 por John Ibbitson e Darrell Bricker, analisou as razões por trás da diminuição das taxas de natalidade, apontando a influência da globalização e do avanço da condição da mulher na sociedade. O acesso a métodos anticoncepcionais, o aumento da escolarização das meninas, o adiamento dos casamentos e a entrada das mulheres no mercado de trabalho contribuem para uma mudança significativa nos padrões tradicionais de reprodução. Essas transformações estão remodelando a percepção social sobre o papel da mulher na família e na sociedade, desmistificando a ideia de que o único propósito feminino é cuidar dos filhos em casa. A compreensão desses aspectos é essencial para compreender as nuances das mudanças demográficas em curso. Em síntese, as projeções populacionais revelam um panorama complexo e dinâmico, marcado por diversas variáveis que influenciam diretamente o crescimento e a composição da população mundial. À medida que a sociedade evolui e se adapta a novos contextos socioculturais e econômicos, é fundamental acompanhar de perto essas transformações para compreender melhor o futuro da humanidade.
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