A visão revolucionária de Alejandro Jodorowsky para Duna
A adaptação de Duna por Alejandro Jodorowsky foi marcada por uma visão extraordinária e revolucionária, envolvendo talentos excepcionais e uma proposta artística ousada. Apesar de não ter sido concretizada, o legado criativo impactou o cinema de ficção científica.
No universo cinematográfico de Duna, antes da aguardada estreia de Duna: Parte Dois, dirigido por Denis Villeneuve, é fascinante explorar a versão concebida por Alejandro Jodorowsky para adaptar Duna, de Frank Herbert, para as telonas. A visão ambiciosa de Jodorowsky para o projeto era tão extraordinária que até ganhou um documentário dedicado a explorar a imensidão e a ousadia de suas ideias. Considerado por muitos como o que poderia ter sido o filme de ficção científica mais ambicioso de todos os tempos, a visão de Jodorowsky era transformar o cinema em uma experiência sensorial sem precedentes, buscando provocar nas plateias as mesmas alucinações proporcionadas por drogas psicodélicas, mas sem a necessidade de consumi-las. No documentário sobre o projeto de Duna de Jodorowsky, o diretor mexicano compartilha sua filosofia artística e cinematográfica, revelando suas intenções de criar uma obra que transcendesse o simples entretenimento, pretendendo transformar o filme em um artefato sagrado e libertador, capaz de abrir novos horizontes e transformar mentalidades. Em suas palavras, Duna seria a chegada de um deus, um deus artístico e cinematográfico. Em 1975, o produtor francês Michel Seydoux convidou Alejandro Jodorowsky para assumir a adaptação cinematográfica do aclamado romance Duna. Jodorowsky, já conhecido por seus trabalhos visionários em filmes como El Topo e A Montanha Sagrada, aceitou o desafio e reuniu um elenco de talentos excepcionais, formando um verdadeiro time de elite para realizar sua visão. Nomes como Moebius (Jean Giraud), Dan O'Bannon (futuro escritor de Alien), Hans-Ruedi Giger (futuro criador de Alien) e Chris Foss foram alguns dos colaboradores envolvidos no projeto. O elenco proposto por Jodorowsky incluía figuras icônicas como Mick Jagger, Orson Welles, Salvador Dali, David Carradine, e até mesmo o filho do diretor, Brontis Jodorowsky. Para a trilha sonora, bandas renomadas como Pink Floyd e Magma estavam cotadas para compor as músicas do filme. Todo o conceito artístico, desde desenhos preparatórios até roteiros e storyboards, foram compilados em uma espécie de bíblia do projeto, que foi apresentada aos grandes estúdios de Hollywood na busca por investimento. Apesar do reconhecimento da inovadora proposta de Jodorowsky, os estúdios de Hollywood recusaram-se a financiar o projeto, temendo a suposta natureza "incontrolável" do diretor. Eventualmente, a adaptação de Duna passou pelas mãos de outros cineastas, como Ridley Scott e David Lynch, mas o legado do projeto de Jodorowsky perdurou, influenciando indiretamente diversas produções futuras do cinema de ficção científica. A recusa dos estúdios em apoiar a visão visionária de Jodorowsky não impediu que suas ideias e conceitos fossem explorados e adaptados em outros filmes de sucesso como Alien, Star Wars, Blade Runner e mais. Jodorowsky, mesmo sem realizar a sua versão de Duna, deixou um legado criativo que ecoou por décadas na cultura cinematográfica, influenciando gerações de cineastas e espectadores. Duna de Jodorowsky permanece como uma obra lendária da sétima arte, um projeto que desafiou convenções e se tornou símbolo da audácia e da genialidade de sua concepção. A saga em torno da adaptação de Duna para o cinema é um exemplo fascinante de como as visões artísticas podem transcender o tempo e o espaço, inspirando novas gerações a explorar os limites da criatividade e da imaginação no mundo do entretenimento. Em resumo, o projeto de Duna de Alejandro Jodorowsky é mais do que uma simples curiosidade histórica, é um marco na história do cinema que ressoa até os dias atuais, lembrando-nos da importância de abraçar a originalidade, a inovação e a ousadia na criação artística.
Fonte Notícia: https://br.ign....